Para Tânia Bacelar, superação da crise no Nordeste passa por inovação e qualificação de servidores


Por: Louise Aguiar/Governo Cidadão, 13 de Novembro de 2019.




Inovar, fazer autocrítica e investir na qualificação dos servidores públicos são algumas das saídas para enfrentar a crise fiscal e econômica vivida pelos estados nordestinos. Foi o que defendeu ontem (12) a professora e doutora em Economia Tânia Bacelar, durante sua palestra no 13º Congresso de Gestão Pública, que segue até amanhã (14) na Escola de Governo, Centro Administrativo.

“O principal desafio atual é fazer a gestão pública em tempos de escassez. A criação do Consórcio do Nordeste foi uma excelente estratégia para enfrentar a crise inovando e compartilhando. Temos que fazer uma autocrítica e mudarmos aquilo que herdamos. Investir na formação continuada dos servidores, resistir ao desmonte possível e à descontinuidade do esforço realizado e escapar do corporativismo são caminhos a seguir”, pontuou Tânia.

A economista contextualizou historicamente os momentos econômicos vividos pelo Brasil. Na visão dela, as duas marcas do desenvolvimento regional brasileiro são a diversidade regional e, ao mesmo tempo, a grande concentração e desigualdade entre as regiões. Em dado momento, a concentração se sobrepõe à diversidade e é aí onde o papel da gestão pública é central.

É a partir do início do século XXI, seguindo o modelo de produção e consumo de massa, que a gestão das políticas sociais se torna ainda mais importante. “É quando o país começa a equacionar a oferta de serviços públicos, contribuindo para melhorar a vida da população”, emenda.

Na história mais recente, os estados brasileiros enfrentam uma crise fiscal que se agrava com o fraco desempenho da economia. Para Tânia, têm se adotado estratégias políticas e ideológicas: na primeira, foco nas despesas primárias; na segunda, hegemonia da visão liberal e forte tendência ao desmonte do estado. O resultado é o que se tem visto Brasil afora: políticas públicas em redução, inclusive para os mais pobres. “Essa proposta ultraliberal que foi eleita em 2018 não se sustenta no Brasil”, opinou a especialista.

O 13º Congesp é uma realização do Governo do Estado, via Secretaria de Administração e Escola de Governo. O evento segue até amanhã com programação diversificada, discutindo prioritariamente a gestão pública e o desenvolvimento regional: desafios e perspectivas.